segunda-feira, 27 de junho de 2011

DO DESÂNIMO : O PODER DAS TREVAS

Neio Lúcio
Centralizando-se a palestra no estudo das tentações, contou Jesus, sorridente:
— Um valoroso servidor do Pai movimentava-se, galhardamente, em populosa
cidade de pecadores, com tamanho devotamento à fé e à caridade, que os Espíritos do
Mal se impacientaram em contemplando tanta abnegação e desprendimento. Depois de
lhe armarem os mais perigosos laços, sem resultado, enviaram um representante ao
Gênio da Trevas, a fim de ouvi-lo a respeito.
Um companheiro de consciência enegrecida recebeu a incumbência e partiu.
O Grande Adversário escutou o caso, atenciosamente, e recomendou ao Diabo
Menor que apresentasse sugestões.
O subordinado falou, com ênfase:
— Não poderíamos despojá-lo de todos os bens?
— Isto, não — disse o perverso orientador —; para um servo dessa têmpera a
perda dos recursos materiais é libertação. Encontraria, assim, mil meios diferentes para
aumentar suas contribuições à Humanidade.
— Então, castigar-lhe-emos a família, dispersando-a e constrangendo-lhe os
filhos a enchê-lo de opróbrio e ingratidão... — aventou o pequeno perturbador,
reticencioso.
O perseguidor maior, no entanto, emitiu gargalhada franca e objetou:
— Não vês que, desse modo, se integraria facilmente com a família total que é a
multidão?
O embaixador, desapontado, acentuou:
— Será talvez conveniente lhe flagelemos o corpo; crivá-lo-emos de feridas e
aflições.
— Nada disto — acrescentou o gênio satânico —, ele acharia meios de afervorarse
na confiança e aproveitaria o ensejo para provocar a renovação íntima de muita
gente, pelo exercício da paciência e da serenidade na dor.
— Movimentaremos a calúnia, a suspeita e o ódio gratuito dos outros contra ele!
— clamou o emissário.
— Para quê? — tornou o Espírito das Sombras. — Transformar-se-ia num mártir,
redentor de muitos. Valer-se-ia de toda perseguição para melhor engrandecer-se, diante
do Céu.
Exasperado, agora, o demônio menor aduziu:
— Será, enfim, mais aconselhável que o assassinemos sem piedade...
— Que dizes? — redargüiu a Inteligência perversa — A morte ser-lhe-ia a mais
doce bênção por reconduzi-lo às claridades do Paraíso.
E vendo que o aprendiz vencido se calava, humilde, o Adversário Maior fez
expressivo movimento de olhos e aconselhou, loquaz:
— Não sejas tolo. Volta e dize a esse homem que ele é um zero na Criação, que
não passa de mesquinho verme desconhecido...Impõe-lhe o conhecimento da própria
pequenez, a fim de que jamais se engrandeça, e verás...
O enviado regressou satisfeito e pôs em prática o método recebido.
Rodeou o valente servidor com pensamentos de desvalia, acerca de sua
pretendida insignificância e desfechou-lhe perguntas mentais como estas: “como te
atreves a admitir algum valor em tuas obras destinadas ao pó? Não te sentes simples
joguete de paixões inferiores da carne? Não te envergonhas da animalidade que trazes
no ser? Que pode um grão de areia perdido no deserto? Não te reconheces na posição de
obscuro fragmento de lama?”
O valoroso colaborador interrompeu as atividades que lhe diziam respeito e,
depois de escutar longamente as perigosas insinuações, olvidou que a oliveira frondosa
começa no grelo frágil e deitou-se, desalentado, no leito do desânimo e da humilhação,
para despertar somente na hora em que a morte lhe descortinava o infinito da vida.
Silenciou Jesus, contemplando a noite calma...
Simão Pedro pronunciou uma prece sentida e os apóstolos, em companhia dos
demais, se despediram, nessa noite, cismarentos e espantadiços.

-*-

O homem que se aborrece
Clamando fastio, a esmo,
Encontrou tempo excessivo
Para cuidar se si mesmo.

Casimiro Cunha

-*-

Pensamento lapidar
Que não se pode esquecer:
Quem pára de trabalhar
Começa logo a morrer.
Leôncio Correia

-*-

Lembre-se de que você mesmo é:
o melhor secretário de sua tarefa,
o mais eficiente propagandista de seus ideais,
a mais clara demonstração de seus princípios,
o mais alto padrão do ensino superior que seu espírito abraça,
E a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros.
André Luiz

IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A regra de ajudar

João, no age da curiosidade juvenil, compreendendo que se achava à frente de novos métodos
de viver, tal a grandeza com que o Evangelho transparecia dos ensinamentos do Senhor,
perguntou a Jesus qual a maneira mais digna de se portar o aprendiz, diante do próximo, no
sentido de ajudar aos semelhantes, ao que o Amigo Divino respondeu, com voz clara e firme:
— João, se procuras uma regra de auxiliar os outros, beneficiando a ti mesmo, não te esqueças
de amar o companheiro de jornada terrestre, tanto quanto desejas ser querido e amparado
por ele.
A pretexto de cultivar a verdade, não transformes a própria existência numa batalha em
que teus pés atravessem o mundo, qual furioso combatente no deserto; recorda que a maioria
dos enfermos conhece, de algum modo, a moléstia que lhes é própria, reclamando amizade e
entendimento, acima da medicação.
Lembra-te de que não há corações na Terra, sem problemas difíceis a resolver; em razão
disso, aprende a cortesia fraternal para com todos.
Acolhe o irmão do caminho, não somente com a saudação recomendada pelos imperativos
da polidez, mas também com o calor do teu sincero propósito de servir.
Fixa nos olhos as pessoas que te dirigirem a palavra, testemunhando-lhes carinhoso interesse,
e guarda sempre a posição de ouvinte delicado e atencioso; não levantes demasiadamente
a voz, porque a segurança e a serenidade com que os mais graves assuntos devem ser tratados
não dependem de ruído.
Abstém-te das conversações improfícuas; o comentário menos digno é sempre invasão
delituosa em questões pessoais.
Louva quem trabalha e, ainda mesmo diante dos maus e dos ociosos, procura exaltar o
bem que são suscetíveis de produzir.
Foge ao pessimismo, guardando embora a prudência indispensável perante as criaturas
arrojadas em negócios respeitáveis, mas passageiros, do mundo; a tristeza improdutiva, que
apenas sabe lastimar-se, nunca foi útil à Humanidade, necessitada de bom ânimo.
Usa, cotidianamente, a chave luminosa do sorriso fraterno; com o gesto espontâneo de
bondade, podemos sustar muitos crimes e apagar muitos males.
Faze o possível por ser pontual; não deixes o companheiro à tua espera, a fim de que te
não seja atribuída uma falsa importância.
Agradece todos os benefícios da estrada, respeitando os grandes e os pequenos; se o Sol
aquece a vida, é a semente de trigo que fornece o pão.
Deixa que as águas vivas e invisíveis do Amor, que procedem de Deus, Nosso Pai, atravessem
o teu coração, em favor do círculo de luta em que vives; o Amor é a força divina que
engrandece a vida e confere poder.
Façamos, sobretudo, o melhor que pudermos, na felicidade e na elevação de todos os
que nos cercam, não somente aqui, mas em qualquer parte, não apenas hoje, mas sempre.
Silenciou o Cristo e, assinalando a beleza do programa exposto, o jovem apóstolo inquiriu
respeitosamente:
— Senhor, como conseguirei executar tão expressivos ensinamentos?
O Mestre respondeu, resoluto:
— A boa-vontade é nosso recurso de cada hora.
E, afagando os cabelos do discípulo inquieto, encerrou as preces da noite.

Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier

sexta-feira, 17 de junho de 2011

O Cooperador

Imagina-te à frente de um violino. Instrumento que te espera sensibilidade e inteligência, atenção e carinho para vibrar contigo na execução da melodia.
Se o tomas de arranco, é possível te caia das mãos, desafinando-se, quando não seja perdendo alguma peça.

Se esquecido em algum recanto, é provável se transforme em ninho de insetos que lhe dilapidarão a estrutura.

Se usado, a feição de martelo, fora da função a que se destina, talvez se despedace.

Entretanto, guardado em lugar próprio e manejado na posição certa, como a te escutar o coração e o cérebro, ei-lo que te responde com a sublimidade da música.

Assim, igualmente na vida, é o companheiro de quem esperas apoio e colaboração.

*

Chame-se familiar ou companheiro, chefe ou subordinado, colega ou amigo, se lhe buscas o auxílio, a golpes de azedume e brutalidade, é possível te escape da área de ação, magoando-se ou perdendo o estímulo ao trabalho.

Se largado ao menosprezo, é provável se entregue a influências claramente infelizes, capazes de lhe envenenarem a alma.

Se empregado por veículo de intriga ou maledicência, fora das funções edificantes a que se dirige, talvez termine desajustado por longo tempo.

Mas, se conservado com respeito, no culto da amizade, e se mobilizado na posição certa, como a te receber as melhores vibrações do coração e do cérebro, ei-lo que te corresponde com a excelência e a oportunidade da colaboração segura, em bases de amor que é, em tudo e em todos, o supremo tesouro da vida.

*

Pensemos nisso e concluiremos que é impossível encontrar cooperadores eficientes e dignos, sem indulgência e compreensão.

* * *

Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
10a edição. Araras, SP: IDE, 1996.

domingo, 12 de junho de 2011

ALGUÉM CONTIGO

Nunca estarás a sós.
Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os
sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e
conforto.
Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e
segurança, pensa nesse benfeitor oculto que jamais te abandona.
Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas
esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo
algum, te recusa bom ânimo.
Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinqüência,
refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas
bênçãos da paz.
Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis de te impulsionarem
a esquecer encargos que assumiste, reflete no mentor abnegado que jamais te
nega defesa, para que usufruas a tranqüilidade de consciência.
Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos quais empenhaste
generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te
desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos
preciosos à recuperação de que careças.
Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos,
amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que
sempre te convida à tolerância e ao perdão.
Ante as crises da existência que te surgiram revolta e desespero, recorda o
mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há
problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a
esperança.
Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados,
não te emaranhes no cipoal das afeições possessivas, refletindo no
companheiro que te ama desinteressadamente muito antes que te decidisses a
conhecê-lo.
E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te
garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos
recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da
consciência que esse alguém é Jesus.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

41
DA GENTILEZA :
O PODER DA GENTILEZA
Neio Lúcio
Eminente professor negro, interessado em fundar uma escola num bairro pobre,
onde centenas de crianças desamparadas cresciam sem o benefício das letras, foi
recebido pelo prefeito da cidade que lhe disse imperativamente, depois de ouvir-lhe o
plano:
- A lei e a bondade nem sempre podem estar juntas. Organize uma casa e
autorizaremos a providência.
- Mas doutor, não dispomos de recursos... – considerou o benfeitor dos meninos
desprotegidos.
- Que fazer?
- De qualquer modo, cabe-nos amparar os pequenos analfabetos.
O prefeito reparou-lhe demoradamente a figura humilde, fez um riso escarninho
e acrescentou:
- O senhor não pode intervir na administração.
O professor muito triste, retirou-se e passou a tarde e a noite daquele sábado,
pensando, pensando...
Domingo, muito cedo saiu a passear, sob as grandes árvores, na direção de
antigo mercado.
Ia comentando, na oração silenciosa:
- Meu Deus como agir? Não receberemos um pouso para as criancinhas,
Senhor?
Absorvido na meditação, atingiu o mercado e entrou.
O movimento era enorme.
Muitas compras. Muita gente.
Certa senhora, de apresentação distinta, aproximou-se dele e tomando-o por
servidor vulgar, de mãos desocupadas e cabeça vazia, exclamou:
- Meu velho, venha cá.
O professor acompanhou-a sem vacilar.
À frente dum saco enorme, em que se amontoavam mais de trinta quilos de
verdura, a matrona recomendou:
- Traga-me esta encomenda.
Colocou ele o fardo às costas e seguiu-a.
Caminharam seguramente uns quinhentos metros e penetraram elegante
vivenda, onde a senhora voltou a solicitar:
- Tenho visitas hoje. Poderá ajudar-me no serviço geral?
- Perfeitamente – respondeu o interpelado -, dê suas ordens.
Ela indicou pequeno pátio e determinou-lhe a preparação de meio metro de
lenha para o fogão.
Empunhando o machado, o educador, com esforço, rachou algumas toras. Findo
o serviço, foi chamado para retificar a chaminé. Consertou-a com sacrifício da própria
roupa. Sujo de pó escuro, da cabeça aos pés, recebeu ordens de buscar um peru assado,
a distância de dois quilômetros. Pôs-se a caminho, trazendo o grande prato em pouco
tempo. Logo mais, atirou-se à limpeza de extenso recinto em que se efetuaria lauto
almoço.
Nas primeiras horas da tarde, sete pessoas davam entrada no fidalgo domicílio.
Entre elas, relacionava-se o prefeito que anotou a presença do visitante da véspera,
apresentando ao seu gabinete por autoridades respeitáveis. Reservadamente, indagou
sua irmã, que era a dona da casa, quanto ao novo conhecimento, conversando ambos na
surdina.
Ao fim do dia, a matrona distinta e autoritária, com visível desapontamento,
veio ao servo improvisado e pediu o preço dos trabalhos.
- Não pense nisto – respondeu com sinceridade -, tive muito prazer em ser-lhe
útil.
No dia imediato, contudo, a dama da véspera procurou-o, na sua casa modesta
em que se hospedava e, depois de rogar-lhe desculpas, anunciou-lhe a concessão de
amplo edifício, destinado à escola que pretendia estabelecer. As crianças usariam o
patrimônio à vontade e o prefeito autorizaria a providência com satisfação.
Deixando transparecer nos olhos úmidos a alegria e o reconhecimento que lhe
reinavam nalma, o professor agradeceu e beijou-lhe as mãos, respeitoso.
A bondade dele vencera os impedimentos legais.
O exemplo é mais vigoroso que a argumentação.
A gentileza está revestida, em toda parte, de glorioso poder.
-*-
Se pretendes o caminho
Da vida que afeiçoa,
Trabalha , incessantemente,
Aprende, serve e perdoa.
Casimiro Cunha
-*-
A vida se classifica
Por essa base singela:
Quanto mais útil, mais rica,
Quanto mais simples, mais bela.
Marcelo Gama
-*-
Sua generosidade chamará a bondade alheia em seu socorro.
André Luiz


IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Encontro Euripedes Barsanulfo

No último domingo, dia cinco de junho, foi realizado na Fraternidade Oficina do Amor o 21 Encontro sobre a vida e a obra de Eurípedes Barsanulfo.
O tema central do encontro deste ano foi a liderança.
Conhecer um pouco mais sobre a vida e a obra deste que é um exemplo de cristão, que manteve sempre a fé, a crença inabalável que demonstrou, mesmo nos momentos de provas, já seria o suficiente. Mas a equipe do CELD, que nos brindou com os estudos, nos trouxe reflexões a respeito do modelo de liderança exercido por Eurípedes, que era o mesmo modelo exercido por Jesus.
O que nos fez nos indagar que líder nós somos? Sim, porque em algum momento todos nós exercemos certa liderança, e podemos fazê-lo através do poder ou do amor, usar a liderança para elevar o irmão ou para demonstrar nossa pseudo superioridade, foram vários questionamentos levantados nos diversos textos e casos, mas no final a certeza que temos que liderar pelo exemplo e amor, conforme ensinado por Cristo.
Obrigado a todos que estiveram presentes, aos trabalhadores do CELD que prepararam e apresentaram o estudo e aos trabalhadores da FOA que se empenharam para proporcionar o apoio logístico necessário ao evento.

“Não vale a pena andar a pregar em qualquer lugar a menos que a nossa caminhada é a nossa pregação.”
- São Francisco de Assis

domingo, 5 de junho de 2011

VISITA DA MOCIDADE DO CE ANDRE LUIZ







A Mocidade Espírita Leopoldo Machado recebeu, neste domingo, a visita da Mocidade Espírita do Centro Espírita André Luiz. A visita foi uma preparação para o Encontro das Mocidades de Nova Iguaçu,que acontecerá em agosto, onde as duas juntas apresentarão um documentário sobre A Calamidade na Visão Espírita.
A visita aconteceu em clima de alegria e harmonia, dando mostra de como será o Encontro em agosto....

sábado, 4 de junho de 2011

Primeira liquidação do bazar Florentina




Ocorreu hoje, e foi um sucesso, a primeira grande liquidação do bazar Florentina.
O evento serve para proporcionar a todos a compra de roupas de qualidade a um preço acessível, a casa de angariar fundos para as sua despesas e aos trabalhadores para mais um dia de atividade e muita satisfação.
Hoje os trabalhadores ainda foram brindados com um presente especial, o caldo verde da Maggie....
A Fraternidade Oficina do Amor agradece a todos que ajudaram trabalhando, comprando ou doando material....
Convite ao perdão
 
Francisco Cândido Xavier foi um homem que viveu semeando a palavra do Cristo. Através das suas atitudes, pregou a paz e ensinou a caridade. Sua vida foi um exemplo de conduta cristã.
Médium, viveu por noventa e dois anos, foi desprezado por muitos e durante sua vida sofreu ofensas e insultos, tendo passado imune a tudo.
Em uma de suas muitas frases que ficaram registradas, ele disse:
Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado. E não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse.
Esta frase nos faz refletir sobre a forma como agimos diante das ofensas que sofremos. No cotidiano, nos deparamos com situações que põem à prova a nossa conduta.
São os olhares de desprezo ou de inveja. As palavras que ferem, humilham, magoam. As indelicadezas e os gestos que perturbam e ofendem.
São também as atitudes contínuas de omissão, de abandono dos deveres, ou de opressão, que acontecem entre irmãos, casais, pais e filhos, que vão se somando e se transformando em imensas mágoas.
É comum vermos famílias desestruturadas pelo cultivo da raiva, do rancor e da indelicadeza. Enfim, vemos com frequência, relações se esvaindo pela ausência do perdão.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz que nos atinja, enxerguemos o outro, que nos fere e magoa, como alguém que pode estar enfermo e precisando de ajuda.
E como escolhemos agir diante de quem nos ofende?
Quando procedemos da mesma forma que o outro, entrando na sua sintonia, revidando, seja com palavras ou com atitudes, estaremos deixando que o outro dite a nossa conduta.
Estaremos nos equiparando àquele que cometeu o gesto desequilibrado.
É certo que ficamos tristes quando alguém nos ofende, mas o que deveria mesmo nos entristecer, é quando somos nós os ofensores.
Trabalhar o perdão ao próximo, assim como o autoperdão, é um exercício diário que podemos nos propor. Todos nós somos capazes de perdoar.
Não nos esqueçamos de que, por diversas vezes, nós é que desejamos ser perdoados.
Temos que começar relevando e perdoando as leves ofensas, para que estejamos preparados, quando nos depararmos com situações mais delicadas que nos exijam essa virtude.
Perdoar também é doar. Ao perdoar estaremos doando   entendimento,  paciência, compreensão e o amor que purifica. O esquecimento das ofensas é próprio da alma elevada.
Mas o perdão não é o esquecimento do fato. Por vezes, torna-se difícil eliminar da memória uma atitude que tenha nos ferido.
Perdoar é cessar de ter raiva, é deixar de nutrir em nós o ressentimento pela pessoa que nos causou a dor ou o gesto infeliz que nos atingiu.
Perdoar acalma, liberta, traz paz e harmonia às nossas vidas.
O verdadeiro perdão é aquele que vem do coração e não dos lábios.
Façamo-nos hoje o convite para que deixemos que o perdão triunfe sobre a mágoa e o ressentimento.
Redação do Momento Espírita.
Em 03.06.2011.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

DA ABNEGAÇÃO: O EXEMPLO DA FONTE

Meimei
Um estudante da sabedoria, rogando ao seu instrutor lhe explicasse qual a
melhor maneira de livrar-se do mal, foi por ele conduzido a uma fonte que deslizava,
calma e cristalina, e, seguindo-lhe o curso, observou:
- Veja o exemplo da fonte, que auxilia a todos, sem perguntar, e que nunca se
detém até alcançar a grande comunhão com o oceano. Junto dela crescem as plantas de
toda a sorte, e em suas águas dessedentam-se animais de todos os tipos e feitios.
Enquanto caminhavam, um pequeno atirou duas pedras a corrente e as águas
as engoliram em silêncio, prosseguindo para diante.
- Reparou? - disse o mentor amigo - a fonte não se insurgiu contra as pedradas.
Recebeu-as com paciência e seguiu trabalhando.
Mais à frente, viram grosso canal de esgoto arremessando detritos no corpo alvo
das águas, mas a corrente absorvia o lodo escuro, sem reclamações, e avançava sempre.
O professor comentou para o aprendiz:
- A fonte não se revolta contra a lama que lhe atiram a face. Recolhe-a sem
gritos e transforma-a em benefícios para a terra necessitada de adubo.
Adiante ainda, notaram que, enquanto andorinhas se banhavam, lépidas, feios
sapos penetravam também a corrente e pareciam felizes em alegres mergulhos.
As águas amparavam a todos sem a mínima queixa.
O bondoso mentor indicou o lindo quadro ao discípulo e terminou:
- Assinalemos o exemplo da fonte e aprenderemos a libertar-nos de qualquer
cativeiro, porque, em verdade, só aqueles que marcham para diante, com o trabalho que
Deus lhes confia, sem se ligarem as sugestões do mal, conseguem vencer dignamente na
vida, garantindo, em favor de todos, as alegrias do Bem Eterno.

-x-

Caridade, a lei do bem,
Aqui, além, acolá,
Tanto dá, quanto mais tem,
Tanto mais tem quanto dá.
Antônio Sales

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Amor é devotamento.
Nem sempre só bem-querer.
Bendito aquele que dá
Sem pensar em receber.
Sabino Batista

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A renúncia será um privilégio para você.
André Luiz


IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos