sábado, 30 de junho de 2012

O Valor de um Sorriso


Não custa nada e rende muito.

Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá.

Dura somente um instante, mas seus efeitos perduram para sempre.

Ninguém é tão rico que dele não precise. Ninguém é tão pobre que não o possa dar a todos.

Leva a felicidade a todos e a toda parte.

É o símbolo da amizade, da boa vontade. É alento para os desanimados, repouso para os cansados, raio de sol para os tristes, consolo para os desesperados.

Não se compra nem se empresta.

Nenhuma moeda do mundo pode pagar seu valor.

Você já sabe do que se trata?

Trata-se de um sorriso.

E não há ninguém que precise tanto de um sorriso como aqueles que não sabem mais sorrir.

Aqueles que perderam a esperança. Os que vagueiam sem rumo. Os que não acreditam mais que a felicidade é algo possível.

É tão fácil sorrir! Tudo fica mais agradável se em nossos lábios há um sorriso.

Tudo fica mais fácil se houver nos lábios dos que convivem conosco um sorriso sincero.

Alguns de nós pensamos que só devemos sorrir para as pessoas com as quais simpatizamos.

São tantas as que cruzam nosso caminho diariamente. Algumas com o cenho carregado por levar no íntimo as amarguras da caminhada áspera. Poderemos colaborar com um sorriso aberto, no mínimo para que essa pessoa se detenha e perceba que alguém lhe sorri, já que o sorriso é um alento.

Sorrir ao atender os pequeninos que acorrem nos semáforos à procura de moedas.

É tão triste ter que mendigar e mais triste ainda é receber palavras e gestos agressivos como resposta.

Se é verdade que essa situação nos incomoda, não é menos verdade que não gostaríamos de estar no lugar deles.

Eles são tão pequeninos!

Se têm a malícia dos adultos é porque os adultos os induzem a isso. Mas no íntimo são inocentes treinados para parecer espertos, em meio às situações mais adversas.

O sorriso é uma arma poderosa, da qual nos podemos servir em todas as situações.

Se, ao levantarmos pela manhã, cumprimentarmos os familiares com um largo sorriso, nosso dia certamente será melhor, mais alegre.

Se, ao entrarmos no elevador, saudarmos com um sorriso os que seguem conosco, ao invés de fecharmos o rosto e olharmos para cima ou para baixo, na tentativa de desviar os olhares, com certeza o nosso dia será mais feliz. Porque todos nos verão com simpatia e nos endereçarão energias salutares.

O sorriso é sempre bom para quem sorri e melhor ainda para quem o recebe.

O sorriso tem o poder de fazer mais amena a nossa caminhada.

Dessa forma, se não temos o hábito de levar a vida sorrindo, comecemos a cultivá-lo, e veremos que sem que mude a situação à nossa volta, nós, intimamente, nos sentiremos mais felizes.

O cenho carregado, ou seja, a cara amarrada, como se costuma dizer, traz ao corpo um desgaste maior que o promovido pelo sorriso.

Isto quer dizer que, quando sorrimos, utilizamos menos músculos e fazemos menos esforços.

Assim sendo, até por uma questão de economia, é mais vantajoso sorrir.

"A maior caridade que podemos fazer pela Doutrina Espírita é a sua divulgação." Chico Xavier - Emmanuel


terça-feira, 26 de junho de 2012

NO SERVIÇO CRISTÃO



“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que
cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal.”
— Paulo. (2ª EPÍSTOLA AOS CORÍNTIOS, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 10.)
Não falta quem veja no Espiritismo mero campo de experimentação
fenomênica, sem qualquer significação de ordem moral para as criaturas.
Muitos aprendizes da Consoladora Doutrina, desse modo, limitam-se às
investigações de laboratório ou se limitam a discussões filosóficas.
É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de homens
desencarnados, quantas são as dos encarnados.
Entidades discutidoras, levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda
parte. Além disso, incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois
planos.
Em vista de semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do
mundo, distanciados da vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus,
convertendo-nos o intercambio em fator de espiritualidade santificante.
Acreditamos que não se deve atacar outro círculo de vida, quando não nos
encontramos interessados em melhorar a personalidade naquele em que
respiramos.
Não vale pesquisar recursos que não nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros, que supomos trazer o coração acordado para a
responsabilidade de viver, Espiritismo não ezpressa simples convicção de
imortalidade: é clima de serviço e edificação.
Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte,
sem o preparo terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de
habilitação, não dispomos de outro guia mais sábio e mais amoroso que o
Cristo.
Somente à luz de suas lições sublimes, é possível reajustar o caminho,
renovar a mente e purificar o coração.
Nem tudo o que é admirável é divino.
Nem tudo o que é grande é respeitável.
Nem tudo o que é belo é santo.
Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber. É o de reformar-se cada um para a
extensão do bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho sentido e vivido, compreendendo o
imperativo de nossa iluminação interior, porque, segundo a palavra oportuna e
sábia do Apóstolo, “todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim
de recebermos, de acordo com o que realizamos, estando no corpo, o bem ou
o mal”.
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro de 1950.



PÃO NOSSO
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

terça-feira, 19 de junho de 2012

História de um médium



As observações interessantes sobre a doutrina dos Espíritos sucediam-se umas às outras, quando
um amigo nosso, velho lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:
- "Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do médium..."
- "Sob que prisma?" ¾ Indagou um dos circunstantes.
- "Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o meio."
- "Para esclarecer a minha observação ¾ continuou o nosso amigo ¾ contar-lhe-ei a história
de um companheiro dedicado, que desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e
dolorosa."
Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se ainda estacionássemos num ambiente terrestre,
aguçou os ouvidos, colocando-se à escuta:
- "Azarias Pacheco ¾ começou o narrador ¾ era um operário despreocupado e humilde do
meu bairro, quando as forças do Alto chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico. Moço e inteligente,
trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos, ganhando, honradamente, a remuneração
mensal de quatrocentos mil réis.
Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o Espiritismo e a mediunidade lhe abriram
um novo campo de estudos, a cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.
Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas horas de folga, atendia aos seus deveres
mediúnicos com irrepreensível dedicação. Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas, através de
suas mãos. Médicos desencarnados atendiam, por ele, a volumoso receituário.
E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral admiração.
Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os seus valores medianímicos e, em pouco
tempo, a sua residência humilde povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens. Muitos deles diziam-se
espíritas confessos, outros eram crentes de meia-convicção ou curiosos do campo doutrinário.
O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoal numerosas obrigações de família, começou
a sacrificar primeiramente os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos filhinhos as
horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade doméstica.
Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe apenas as horas dedicadas à conquista de
seu pão cotidiano, com vistas aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.
Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face de sua precisosa resistência espiritual,
no cumprimento de seus deveres.
Dentro de sua relativa educação medianímica, Azarias encontrava facilidade para identificar a
palavra de seu guia sábio e incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de vigilância.
Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e os seus trabalhos.
Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de sua vida.
Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a dentro, em longas narrativas dispensáveis. Outros
alegavam os seus direitos às exclusivas atenções do médium. Alguns acusavam-no de preferências injustas,
manifestando o gracioso egoísmo de sua amizade expressando o ciúme que lhes ia n'alma, em palavras
carinhosas e alegres. Os grupos doutrinários disputavam-no.
Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo diverso, mas os testemunhos de tantos
afetos lhe eram sumamente agradáveis ao coração.
Sua fama corria sempre. Cada dia era portador de novas relações e novos conhecimentos.
Os centros importantes começaram a reclamar a sua presença e, de vez em quando, surpreendiam-
no as oportunidades das viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos, com grandes
reuniões de homenagens, no ponto de destino.
A cada instante, um admirador o assaltava:
- "Azarias, onde trabalha você?..."
- "Numa oficina de consertos."
- "Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"
- "Quatrocentos mil réis."
- "Ó! mas isso é um absurdo... Você não é criatura para um salário como esse! Isso é uma miséria!...”
Em seguida outros ajuntavam:
- "O Azarias não pode ficar nessa situação. Precisamos arranjar-lhe coisa melhor no centro da
cidade, com uma remuneração à altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação no
serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para dedicar-se à missão...”
O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência, respondia:
- "Ora, meus amigos, tudo está bem. Cada qual tem na vida o que mereceu da Providência Divina
e, além de tudo, precisamos considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais, pelos
Espíritos e não pelos homens!...”
Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.
Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem pensava no lar e começava a assinalar na
sua ficha de serviços faltas numerosas.
A princípio, algumas raras dedicações começaram a defendê-lo na oficina, considerando que, aos
olhos dos chefes, suas falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude do renome que o
cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de seu diretor que o despediu nestes termos:
"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo aqui, por mais tempo. Suas faltas no trabalho
atingiram o máximo e a administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos companheiros."
O interpelado saiu com certo desapontamento, mas lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.
Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova colocação, mas, em cada tentativa, encontrava
sempre um dos seus admiradores e conhecidos que obtemperava:
- "Ora Azarias, você precisa ter mais calma!... Lembre-se de que a sua mediunidade é um patrimônio
de nossa doutrina... Sossega, homem de Deus!... Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo neste
transe."
Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium se cotizariam, entre si, de modo que
ele viesse a perceber uma contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo, habilitado a viver
tão somente para a doutrina.
Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais, vacilava ante a medida, mas à frente de
sua imaginação estavam os quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.
Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.
Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria interminável e sem precedentes. Dia e noite,
seus consulentes estacionavam à porta. O médium buscava atender a todos como lhe era possível. As suas
dificuldades, todavia, eram as mais prementes.
Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema das cotas mensais.
Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu
após o receituário. No seu coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava enfraquecido. A
esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.
Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho. Sua residência era objeto de uma perseguição
tenaz e implacável. E ele continuou recebendo.
Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.
Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o coração, mas o médium sentia-se obrigado a
aceitar as injunções de quantos o procuravam levianamente.
Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações e encheram-lhe o campo mediúnico de
aberrações e descontroles.
Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas dependia o pão dos seus, Azarias se sentia
na obrigação de prometer alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem. Procurado para a felicidade no
dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor do mundo, o médium prometia sempre as melhores
realizações, em troca dos míseros mil réis da consulta.
Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode receber o pensamento dos seus protetores
espirituais mais dedicados.
Experimentando toda sorte de sofrimentos e de humilhações, se chegava a queixar-se, de leve,
havia sempre um cliente que lhe observava:
- "Que é isso, "seu" Azarias?... O senhor não é médium? Um médium não sofre essas coisas!...
Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação de seus caprichos:
- "E a sua missão, "seu" Azarias?... Não se esqueça da caridade!..."
E o médium, na sua profunda fadiga espiritual, concentrava-se, em vão, experimentando uma
sensação de angustioso abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.
Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos, falando, em voz baixa, após as despedidas:
- "Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..." - Dizia um deles.
- "Ora, isso era esperado - redargüia-se -desde que ele abandonou o trabalho para viver à
custa do Espiritismo, não podíamos aguardar outra coisa."
- "Além disso - exclamava outro do grupo - todos os vizinhos comentam a sua indiferença
para com a família, mas, de minha parte sempre vi no Azarias um grande obsidiado."
- "O pobre do Azarias perverteu-se - falava ainda um companheiro mais exaltado - um
médium nessas condições é um fracasso para a própria doutrina..."
- "É por essa razão que o Espiritismo é tão incompreendido! - sentenciava ainda outro ¾-Devemos
tudo isso aos maus médiuns que envergonham os nossos princípios."
Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a sua falta de caridade. A própria família
o abandonou à sua sorte, tão logo haviam cessado as remunerações.
Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.
Essa circunstância foi a última porta para o livre ingresso das entidades perversas que se assenhorearam
de sua vida.
O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos noticiários, rodeado de observações
ingratas e de escandalosos apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da morte..."
O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas lembranças.
- "Então, quer dizer, meu amigo - observou um de nós - que a perseguição da polícia ou a
perseguição do padre não são os maiores inimigos da mediunidade"...
- "De modo algum. - Replicou ele, convicto. - O Padre e a política podem até ser os portadores
de grandes bens."
E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo, rematou a sua história, sentenciando,
gravemente:
- "O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."
(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 29 de abril de 1939).


Novas Mensagens Espírito de Humberto de Campos
Francisco Cândido Xavier

domingo, 17 de junho de 2012

O Espiritismo no Brasil



Numerosos companheiros de Allan Kardec já haviam regressado às luzes da espiritualidade,
quando inúmeras entidades do serviço de direção dos movimentos espiritistas no planeta deliberaram efetuar
um balanço de realizações e de obras em perspectiva, nos arraiais doutrinários, sob a bênção misericordiosa e augusta do Cordeiro de Deus.
Vivia-se, então, no limiar do século XX, de alma aturdida ante as renovações da indústria e da ciência,
aguardando-se as mais proveitosas edificações para a vida do globo.
Falava-se aí, nesse conclave do plano invisível, com respeito à propagação da nova fé, em todas
as regiões do mundo, procurando-se estudar as possibilidades de cada país, no tocante ao grande serviço de restauração do Cristianismo, em suas fontes simples e puras.
Após várias considerações, em torno do assunto, o diretor espiritual da grande reunião falou com
segurança e energia:
 "Irmãos de eternidade: no mundo terrestre, de modo geral, as doutrinas espiritualistas, em sua
complexidade e transcendência, repousam no coração da Ásia adormecida; mas, precisamos considerar que o
Evangelho do Divino Mestre não conseguiu ainda harmonizar essas variadas correntes de opinião do espiritualismo
oriental com a fraternidade perfeita, em vista das nações do Oriente se encontrarem cristalizadas na sua
própria grandeza, há alguns milênios”.
Em breve, as forças da violência acordarão esses países que dormem o sono milenário do orgulho,
numa injustificável aristocracia espiritual, afim de que se integrem na lição da solidariedade verdadeira,
mediante os ensinamentos do Senhor!... Urge, pois, nos voltemos para a Europa e para a América, onde, se
campeiam as inquietações e ansiedades, existe um desejo real de reforma, em favor da grande cooperação pelo bem comum da coletividade. Certo, essa renovação é sinônima de muitas dores e dos mais largos tributos de lágrimas e de sangue; mas, sobre as ruínas da civilização ocidental, deverá florescer no futuro uma sociedade nova, sobre a base da solidariedade e da paz, em todos os caminhos dos progressos humanos... Examinemos os resultados dos primeiros esforços do Consolador no Velho Mundo!..."
E os representantes dos exércitos de operários, que laboram nos diversos países da Europa e da
América, começaram a depor, sobre os seus trabalhos, no congresso do plano invisível, elucidando-os sinteticamente:
- "A França- exclamava um deles - berço do grande missionário e codificador da doutrina,
desvela-se pelo esclarecimento da razão, ampliando os setores da ciência humana, positivando a realidade de nossa sobrevivência, através dos mais avançados métodos de observação e de pesquisa. Lá se encontram ainda numerosos mensageiros do Alto, como Denis, Flammarion e Richet, clareando ao mundo os grandes caminhos filosóficos e científicos do porvir".
-"A Grã Bretanha- afirmava outro - multiplica os seus centros de estudo e de observação,
intensificando as experiências de Crookes e dissolvendo antigos preconceitos."
- "A Itália - asseverava novo mensageiro - teve com Lombroso o início de experiências decisivas.
O próprio Vaticano se interessa pela movimentação das idéias espiritistas, no seio das classes sociais,
onde foi estabelecido rigoroso critério de análise, no comércio com os planos invisíveis para o homem terrestre."
- "A Rússia, bem como outras regiões do Norte ¾ prosseguia outro emissário ¾ conseguira
com Aksakof a difusão de nossas verdades consoladoras. Até a corte do Czar se vem interessando nas experimentações
fenomênicas da doutrina."
- "A Alemanha - afirmava ainda outro - possui numerosos físicos que se preocupam cientificamente
com os problemas da vida e da morte, enriquecendo os nossos esforços de novas expressões de experiência
e cultura..."
Iam as exposições a essa altura, quando uma luz doce e misericordiosa inundou o ambiente da
reunião de sumidades do plano espiritual. Todos se calaram, tomados de emoção indizível, quando uma voz,
augusta e suave, falou, através das vibrações radiosas de que se tocava a grande assembléia:
- "Amados meus, não tendes para a propagação da palavra do Consolador, senão os recursos da
falível ciência humana? Esquecestes que os excessos do raciocínio prejudicaram o coração das ovelhas desgarradas
do grande rebanho? Não haverá verdade, sem humildade e sem amor, porque toda a realidade do Universo
e da vida deve chegar ao pensamento humano, antes de tudo, pela fé, ao sopro dos seus resplendores
eternos e divinos!... Operários do Evangelho: excelente é a ciência bem intencionada do mundo, mas não es
queçais o coração, em vossos labores sublimes... Procurai a nação da fraternidade e da paz, onde se movimenta
o povo mais emotivo do globo terrestre, e iniciai aí uma tarefa nova. Se o Cristo edificou a sua igreja sobre
a pedra segura e inabalável da fé que remove montanhas e se o Consolador significa a doutrina luminosa e
santa da esperança de redenção suprema das almas, todos os seus movimentos devem conduzir à caridade,
antes de tudo, porque sem caridade não haverá paz, nem salvação para o mundo que se perde!..."
Uma copiosa efusão de luzes, como bênçãos do Divino Mestre, desceu do Alto sobre a grande assembléia,
assim que o apóstolo do Senhor terminou a sua exortação comovida e sincera, luzes essas que se
dirigiam, como aluvião de claridades, para a Terra generosa e grande que repousa sob a luz gloriosa da
constelação do Cruzeiro.
E foi assim que a caridade selou, então, todas as atividades do Espiritismo brasileiro. Seus núcleos,
em todo o país, começaram a representar os centros de eucaristia divina para todos os desesperados e
para todos os sofredores. Multiplicaram-se as tendas de trabalho do Consolador, em todas as suas cidades
prestigiosas, e as receitas mediúnicas, os conselhos morais, os postos de assistência, as farmácias homeopatas gratuitas, os passes magnéticos, multiplicaram-se, em toda parte no Brasil, para a fusão de todos os trabalhadores, no mesmo ideal de fraternidade e de redenção pela caridade mais pura.

(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 5 de novembro de 1938).

Novas Mensagens - Espírito de Humberto de Campos

sábado, 9 de junho de 2012

AMARÁS SERVINDO

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho. 

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre. 

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos de sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram... 

Para isso, não te deterás na superfície das palavras. 

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias. 

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz. 

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.



Obra: “Alma e Coração”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel

O Devoto Desiludido

fato parece anedota, mas um amigo nos contou a pequena história que passamos para a frente, assegurando que o relato se baseia na mais viva realidade.

Hemetério Rezende era um tipo de crente esquisito, fixado à ideia de paraíso. Admitia piamente que aprece dispensava a boas obras, e que a oração ainda era o melhor meio de se forrar a qualquer esforço.

“Descansar, descansar!...” Na cabeça dele, isso era um refrão mental incessante. O cumprimento de mínimodever lhe surgia à vista por atividade sacrificial e, nas poucas obrigações que exercia, acusava-se por penitente desventurado, a lamentar-se por bagatelas. Por isso mesmo, fantasiava o “doce fazer nada” para depois damorte do corpo físico. O reino celeste, a seu ver, constituir-se-ia de espetáculos fascinantes de permeio com manjares deliciosos... Fontes de leite e mel, frutos e flores, a s e revelarem por milagres constantes, enxameariam aqui e ali, no éden dos justos...

Nessa expectativa, Rezende largou o corpo em idade provecta, a prelibar prazeres e mais prazeres.

Com efeitoespírito desencarnado, logo após o grande transe foi atraído, de imediato, para uma colônia decriaturas desocupadas e gozadoras que lhe eram afins, e aí encontrou o padrão de vida com que sonhara: preguiça louvaminheira, a coroar-se de festas sem sentido e a empanturrar-se de pratos feitos.

Nada a construir, ninguém a auxiliar...

As semanas se sobrepunham às semanas, quando, Rezende, que se supunha o céu, passou a sentir-se castigado por terrível desencanto. Suspirava por renovar-se e concluía que para isso lhe seria indispensável trabalhar...

Tomado de tédio e desilusão, não achava em si mesmo senão o anseio de mudança.

À face disso, esperou e esperou, e, quando se viu à frente de um dos comandantes do estranho burgoespiritual, arriscou, súplice:

- Meu amigo, meu amigo!... Quero agir, fazer algo, melhorar-me, esquecer-me!... Peço transformação, transformação!...

- Para onde deseja ir? – indagou o interpelado, um tanto sarcástico.

- Aspiro a servir, em favor de alguém... Nada encontro aqui para ser útil... Por piedade, deixe-me seguir para oinferno, onde espero movimentar-me e ser diferente...

Foi então que o enigmático chefe sorriu e falou, claro:

- Hemetério, você pede para descer ao inferno, mas escute, meu caro!... Sem responsabilidade, sem disciplina, sem trabalho, sem qualquer necessidade de praticar a abnegação, como vive agora, onde pensa você que já está?




Irmão X

domingo, 3 de junho de 2012

Aconteceu, na manha deste domingo, três de junho, o 22º Encontro sobre Eurípedes Barsanulfo. Momentos de confraternização, aprendizagem, reflexão e carinho. Agradecemos a Equipe do CELD, por ter levado o encontro e a Equipe da FOA por ter possibilitado o evento, bem como todos os participantes, razão maior do mesmo ter ocorrido.


Recepção dos participantes


Início do evento


fila do café da manhã


Oh, escolha difícil....


Mensagem e prece final.