quinta-feira, 29 de novembro de 2012

NOS DONS DO CRISTO



“Mas a graça foi dada a cada um de nós, segundo a medida do dom
do Cristo”.-Paulo. (EFÉSIOS, 4:7.)

A alma humana, nestes vinte séculos de Cristianismo, é uma
consciência esclarecida pela razão, em plena batalha pela conquista
dos valores iluminativos.
O campo de luta permanece situado em nossa vida íntima.
Animalidade versus espiritualidade.
Milênios de sombras cristalizadas contra a luz nascente.
E o homem, pouco a pouco, entre as alternativas de vida e morte,
renascimento no corpo e retorno à atividade espiritual, vai plasmando
em si mesmo as qualidades sublimes, indispensáveis à ascensão, e
que, no fundo, constituem as virtudes do Cristo, progressivas em
cada um de nós.
Daí a razão de a graça divina ocupar a existência humana ou crescer
dentro dela, à medida que os dons de Jesus, incipientes, reduzidos,
regulares ou enormes nela se possam expressar.
Onde estiveres, seja o que fores, procura aclimatar as qualidades
cristãs em ti mesmo, com a vigilante atenção dispensada à cultura
das plantas preciosas, ao pé do lar.
Quanto à Terra, todos somos suscetíveis de produzir para o bem ou
para o mal.
Ofereçamos ao Divino Cultivador o vaso do coração, recordando que
se o "solo consciente" do nosso espírito aceitar as sementes do Celeste Pomicultor, cada
migalha de nossa boa-vontade será convertida em canal milagroso
para a exteriorização do bem, com a multiplicação permanente das
graças do Senhor, ao redor de nós.
Observa a tua "boa parte" e lembra que podes dilatá-la ao Infinito.
Não intentes destruir milênios de treva de um momento para outro.
Vale-te do esforço de auto-aperfeiçoamento cada dia.
Persiste em aprender com o Mestre do Amor e da Renúncia.
Não nos esqueçamos de que a Graça Divina ocupará o nosso espaço
individual, na medida de nosso crescimento real nos dons do Cristo.




FONTE VIVA
FRANCISCO CANDIDO XAVIER
DITADO PELO ESPÍRITO EMMANUEL

sábado, 3 de novembro de 2012

Amarás servindo



Amarás servindo.

Ainda quando escutes alusões em torno da suposta decadência dos valores humanos, exaltando as forças das trevas, farás da própria alma lâmpada acesa para o caminho.

Mesmo quando a ambição e o orgulho te golpeiem de suspeitas e de rancores o espírito desprevenido, amarás servindo sempre.

Quando alguém te aponte os males do mundo, lembrar-te-ás dos que te suportaram as fraquezas da infância, dos que te auxiliaram a pronunciar a primeira oração, dos que te encorajaram os ideais de bondade no nascedouro, e daqueles outros que partiram da Terra, abençoando-te o nome, depois de repetidos exemplos de sacrifício para que pudesses livremente viver. Recordarás os benfeitores anônimos que te deram entendimento e esperança, prosseguindo fiel ao apostolado do amor e serviço que te legaram...

Para isso, não te deterás na superfície das palavras.

Colocar-te-ás na posição dos que sofrem, a fim de que faças por eles tudo aquilo que desejarias se te fizesse nas mesmas circunstâncias.

Ante as vítimas da penúria, imagina o que seria de ti nos refúgios de ninguém, sob a ventania da noite, carregando o corpo exausto e dolorido a que o pão mendigado não forneceu suficiente alimentação; renteando com os doentes desamparados, reflete quanto te doeria o abandono sob o guante da enfermidade, sem a presença sequer de um amigo para minorar-te o peso da angústia; à frente das crianças despejadas na rua, pensa nos filhos amados que aconchegas ao peito, e mentaliza o reconhecimento que experimentarias por alguém que os socorresse se estivessem desvalidos na via pública; e, perante os irmãos caídos em criminalidade, avalia o suplício oculto que te rasgarias entranhas da consciência, se ocupasses o lugar deles, e medita no agradecimento que passarias a consagrar aos que te perdoassem os erros, escorando-te o passo, das sombras para a luz.

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, não esmorecerás. Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos domínios do coração.



Obra: “Alma e Coração”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel