Irmão X
- Doutor, a sua competência é a nossa esperança. O senhor já operou Paulínia
por duas vezes...
Narciso Meireles pedia o concurso do Dr. Sales Neto, distinto médico espírita,
para a mulher que experimentava parto difícil, em vilarejo distante.
- Por que deixaram ficar assim, tão longe? – disse o médico, procurando
esquivar-se.
- A crise apareceu de surpresa... O senhor prefere o avião? Dez minutos
apenas...
- Nada disso. Perdi dois amigos de uma só vez na semana passada. Nada de
vôo....
- Um carro?
- A estrada é péssima. Não soube do desastre havido anteontem?
- Um cavalo, doutor? Arranjo-lhe um cavalo...
- Era o que faltava! Não posso expor-me assim...
- Que sugere? – roga o marido desapontado.
- Se quiserem – disse o médico -, tragam a parturiente aqui, como julgarem
melhor... De minha parte, não me arrisco...
Em face da evidente má-vontade do facultativo, o esposo aflito aquiesceu e
partiu a galope, em busca do teco-teco.
No outro dia, porém, quando a senhora Meireles chegou, abatida, na
expectativa da intervenção, a residência do operador estava cheia de gente.
O Dr. Sales Neto, naquela noite, havia morrido, no próprio leito, em
conseqüência de uma trombose...
Todo o espírito encarnado
É um viajor em caminho...
Sonha, sofre,luta e segue,
Morrendo devagarinho...
Jovino Guedes
A morte não provocada
É benção que Deus envia,
Lembrando noite estrelada
Quando chega o fim do dia
Roberto Correia
A morte de um homem começa no instante em que ele desiste de aprender.
Mariano José Pereira da Fonseca
IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos
domingo, 31 de julho de 2011
sábado, 30 de julho de 2011
Visão da Vida
Para quem da vida apenas vê o lado material, a sofreguidão pela conquista dos bens terrenos e a inquietação ante os problemas constituem razões prioritárias.
Colocando na morte o termo da vida, todas as cogitações transitam no círculo estreito dos interesses imediatos, sem encontrar motivação para mais amplos e audaciosos vôos do pensamento.
Em decorrência, os interesses giram no estreito espaço das paixões dissolventes e inquietantes.
Todas são questões de efêmera duração, pela própria conjuntura em que se situam.
A dor, os problemas, em tais casos se apresentam como desgraças.
Os caprichos não atendidos e os desejos não supridos tornam-se razão de desdita e loucura.
É muito diminuta a visão da vida sob a colocação da realidade corporal.
Quando o homem considera a vida uma oportunidade valiosa de crescimento moral e de conquista dos valores eternos, bem diversas são as colocações filosóficas em que se movimenta.
Os sofrimentos adquirem um significado próprio dos quais retira valiosos recursos de paz e temperança para uma vivência útil.
O fardo dos problemas se dilui ante uma atitude correta de considerar as dificuldades e sublevá-las, solucionando cada uma conforme esta se apresente.
Advém, então, um natural desapego aos bens físicos, por entender quão transitória é a posse e como varia de mãos em breve tempo...
Um sentimento de solidariedade espontânea toma corpo nas atitudes, propiciando alegria de servir e, ao mesmo tempo, dilatando os objetivos do existir.
Evite impressionares-te em excesso com as posições breves da pobreza e da fortuna, da saúde e da enfermidade, da juventude e da velhice...
Considera a vida sob o ponto de vista global - no corpo e fora dele -, assim adquirindo harmonia íntima e real visão das suas finalidades.
Atribui a cada fato, acontecimento, questão, o valor que realmente mereça, tendo em vista a curta duração do corpo e a destinação do Espírito.
Descobrirás, então, como agir e superar os limites, seguindo, tranqüilo, na direção do destino ideal.
Livro: Alerta
Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
Colocando na morte o termo da vida, todas as cogitações transitam no círculo estreito dos interesses imediatos, sem encontrar motivação para mais amplos e audaciosos vôos do pensamento.
Em decorrência, os interesses giram no estreito espaço das paixões dissolventes e inquietantes.
Todas são questões de efêmera duração, pela própria conjuntura em que se situam.
A dor, os problemas, em tais casos se apresentam como desgraças.
Os caprichos não atendidos e os desejos não supridos tornam-se razão de desdita e loucura.
É muito diminuta a visão da vida sob a colocação da realidade corporal.
Quando o homem considera a vida uma oportunidade valiosa de crescimento moral e de conquista dos valores eternos, bem diversas são as colocações filosóficas em que se movimenta.
Os sofrimentos adquirem um significado próprio dos quais retira valiosos recursos de paz e temperança para uma vivência útil.
O fardo dos problemas se dilui ante uma atitude correta de considerar as dificuldades e sublevá-las, solucionando cada uma conforme esta se apresente.
Advém, então, um natural desapego aos bens físicos, por entender quão transitória é a posse e como varia de mãos em breve tempo...
Um sentimento de solidariedade espontânea toma corpo nas atitudes, propiciando alegria de servir e, ao mesmo tempo, dilatando os objetivos do existir.
Evite impressionares-te em excesso com as posições breves da pobreza e da fortuna, da saúde e da enfermidade, da juventude e da velhice...
Considera a vida sob o ponto de vista global - no corpo e fora dele -, assim adquirindo harmonia íntima e real visão das suas finalidades.
Atribui a cada fato, acontecimento, questão, o valor que realmente mereça, tendo em vista a curta duração do corpo e a destinação do Espírito.
Descobrirás, então, como agir e superar os limites, seguindo, tranqüilo, na direção do destino ideal.
Livro: Alerta
Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
quarta-feira, 27 de julho de 2011
ALGUÉM CONTIGO
Nunca estarás a sós.
Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os
sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e
conforto.
Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e
segurança, pensa nesse benfeitor oculto que jamais te abandona.
Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas
esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo
algum, te recusa bom ânimo.
Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinqüência,
refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas
bênçãos da paz.
Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis de te impulsionarem
a esquecer encargos que assumiste, reflete no mentor abnegado que jamais te
nega defesa, para que usufruas a tranqüilidade de consciência.
Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos quais empenhaste
generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te
desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos
preciosos à recuperação de que careças.
Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos,
amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que
sempre te convida à tolerância e ao perdão.
Ante as crises da existência que te surgiram revolta e desespero, recorda o
mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há
problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a
esperança.
Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados,
não te emaranhes no cipoal das afeições possessivas, refletindo no
companheiro que te ama desinteressadamente muito antes que te decidisses a
conhecê-lo.
E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te
garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos
recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da
consciência que esse alguém é Jesus.
(De: Algo Mais - Chico Xavier/Emmanuel)
Ante a névoa das lágrimas, quando a incompreensão de outrem te agite os
sentimentos, lembra-te de alguém que sempre te oferece entendimento e
conforto.
Ante a deserção de pessoas queridas, quando mais necessitavas de presença e
segurança, pensa nesse benfeitor oculto que jamais te abandona.
Ante as ameaças do desânimo, nos obstáculos para a concretização de tuas
esperanças mais belas, considera o amparo desse amigo certo que, em tempo
algum, te recusa bom ânimo.
Ante a queda iminente na irritação, capaz de induzir-te à delinqüência,
refugia-te no clima desse doador de serenidade que te guarda o coração nas
bênçãos da paz.
Ante as sugestões do desequilíbrio emotivo, suscetíveis de te impulsionarem
a esquecer encargos que assumiste, reflete no mentor abnegado que jamais te
nega defesa, para que usufruas a tranqüilidade de consciência.
Ante prejuízos, muitas vezes causados por amigos aos quais empenhaste
generosidade e confiança, medita nesse protetor magnânimo que nunca te
desampara e que promove, em teu favor, sempre que necessário, os recursos
preciosos à recuperação de que careças.
Ante acusações daqueles que se te fazem adversários gratuitos,
amargurando-te os dias, eleva-te em pensamento ao instrutor infatigável que
sempre te convida à tolerância e ao perdão.
Ante as crises da existência que te surgiram revolta e desespero, recorda o
mestre da paciência que te resguarda constantemente na certeza de que não há
problemas sem solução para quem trabalha e serve para o bem sem perder a
esperança.
Ante os desgostos e contratempos que te sejam impostos pelos entes amados,
não te emaranhes no cipoal das afeições possessivas, refletindo no
companheiro que te ama desinteressadamente muito antes que te decidisses a
conhecê-lo.
E quando perguntares quem será esse alguém que nunca te desampara e que te
garante a vida, em nome de Deus, deixa que os teus ouvidos se recolham aos
recessos da própria alma e escutarás o coração a dizer-te na intimidade da
consciência que esse alguém é Jesus.
(De: Algo Mais - Chico Xavier/Emmanuel)
segunda-feira, 25 de julho de 2011
A lição do essencial
Discorriam os discípulos, entre si, quanto às coisas essenciais ao bem-estar, quando o
Senhor, assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:
— É indispensável que a criatura entenda a própria felicidade para que se não transforme,
ao perdê-la, em triste fantasma da lamentação. Longe das verdades mais simples da Natureza,
mergulha-se o homem na onda pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a
vida, através de inquietações desnecessárias.
E como quem recordava incidente adequado ao assunto, interrompeu-se por alguns instantes
e retomou a palavra, comentando:
— Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco anos, dirigia-se da cidade
dos Césares para Esmirna, em luxuosa galera de sua pátria. Ao penetrar na embarcação, fizerase
acompanhar de dois escravos, carregados de volumosa bagagem de jóias diferentes: colares
e camafeus, braceletes e redes de ouro, adornados com pedrarias, revelavam-lhe a predileção
pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com respeito, ao vê-la passar, tão
elevada era a expressão do tesouro que trazia para bordo.
Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora converteu-se no centro das atenções
gerais. Nas festas de cordialidade era o objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes
com que se apresentava.
A excursão prosseguia tranqüila, quando, em certa manhã ensolarada, apareceu o imprevisto.
O choque em traiçoeiro recife abre extensa brecha na galera e as águas a invadem. Longas
horas de luta surgem com a expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte
leva o navio a posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos
viajantes para os trabalhos de salvamento possível.
A ilustre patrícia é chamada à pressa.
O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois dias de viagem arriscada, na
hipótese de ventos favoráveis.
A jovem matrona abraça o filhinho, esperançosa e aflita. Dentro em pouco ela atinge o
pequeno barco de socorro, sustentando a criança e pequeno pacote em que os companheiros
julgaram trouxesse as jóias mais valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos irmãos
de infortúnio que seguiriam junto dela, exclamou:
— “Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho o que considero de mais útil”.
O insignificante volume continha dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentou
a reduzida comunidade de náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra
firme.
O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou:
— A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque, um dia sempre
chega em que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração.
Os loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se
nunca devessem acertar contas com a morte. O espírito prudente, porém, não desconhece que
todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso enriquecimento na virtude e que
as bênçãos mais simples da Natureza são as bases de nossa tranqüilidade essencial. Procuremos,
pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à manutenção
da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
Senhor, assumindo a direção dos pensamentos em dissonância, acrescentou:
— É indispensável que a criatura entenda a própria felicidade para que se não transforme,
ao perdê-la, em triste fantasma da lamentação. Longe das verdades mais simples da Natureza,
mergulha-se o homem na onda pesada de fantasiosos artifícios, exterminando o tempo e a
vida, através de inquietações desnecessárias.
E como quem recordava incidente adequado ao assunto, interrompeu-se por alguns instantes
e retomou a palavra, comentando:
— Ilustre dama romana, em companhia dum filhinho de cinco anos, dirigia-se da cidade
dos Césares para Esmirna, em luxuosa galera de sua pátria. Ao penetrar na embarcação, fizerase
acompanhar de dois escravos, carregados de volumosa bagagem de jóias diferentes: colares
e camafeus, braceletes e redes de ouro, adornados com pedrarias, revelavam-lhe a predileção
pelos enfeites raros. Todo o pessoal de serviço inclinou-se, com respeito, ao vê-la passar, tão
elevada era a expressão do tesouro que trazia para bordo.
Tão logo se fez o barco ao mar alto, a distinta senhora converteu-se no centro das atenções
gerais. Nas festas de cordialidade era o objetivo de todos os interesses pelos adornos brilhantes
com que se apresentava.
A excursão prosseguia tranqüila, quando, em certa manhã ensolarada, apareceu o imprevisto.
O choque em traiçoeiro recife abre extensa brecha na galera e as águas a invadem. Longas
horas de luta surgem com a expectativa de refazimento; entretanto, um abalo mais forte
leva o navio a posição irremediável e alguns botes descidos são colocados à disposição dos
viajantes para os trabalhos de salvamento possível.
A ilustre patrícia é chamada à pressa.
O comandante calcula a chegada a porto próximo em dois dias de viagem arriscada, na
hipótese de ventos favoráveis.
A jovem matrona abraça o filhinho, esperançosa e aflita. Dentro em pouco ela atinge o
pequeno barco de socorro, sustentando a criança e pequeno pacote em que os companheiros
julgaram trouxesse as jóias mais valiosas. Todavia, apresentando o conteúdo aos poucos irmãos
de infortúnio que seguiriam junto dela, exclamou:
— “Meu filho é o que possuo de mais precioso e aqui tenho o que considero de mais útil”.
O insignificante volume continha dois pães e dez figos maduros, com os quais se alimentou
a reduzida comunidade de náufragos, durante as horas aflitivas que os separavam da terra
firme.
O Mestre repousou, por alguns segundos, e acrescentou:
— A felicidade real não se fundamenta em riquezas transitórias, porque, um dia sempre
chega em que o homem é constrangido a separar-se dos bens exteriores mais queridos ao coração.
Os loucos se apegam a terras e moinhos, moedas e honras, vinhos e prazeres, como se
nunca devessem acertar contas com a morte. O espírito prudente, porém, não desconhece que
todos os patrimônios do mundo devem ser usados para nosso enriquecimento na virtude e que
as bênçãos mais simples da Natureza são as bases de nossa tranqüilidade essencial. Procuremos,
pois, o Reino de Deus e sua justiça, tomando à Terra o estritamente necessário à manutenção
da vida física e todas as alegrias ser-nos-ão acrescentadas.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
sexta-feira, 22 de julho de 2011
Defenda-se
Não converta seus ouvidos num paiol de boatos.
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.
Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente.
Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.
Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.
Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.
Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.
Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.
* * *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)
A intriga é uma víbora que se aninhará em sua alma.
Não transforme seus olhos em óculos da maledicência.
As imagens que você corromper viverão corruptas na tela se sua mente.
Não Faça de suas mãos lanças para lutar sem proveito.
Use-as na sementeira do bem.
Não menospreze sua faculdades criadoras, centralizando-as nos prazeres fáceis.
Você responderá pelo que fizer delas.
Não condene sua imaginação às excitações permanentes.
Suas criações inferiores atormentarão seu mundo íntimo.
Não conduza seus sentimentos à volúpia de sofrer.
Ensine-os a gozar o prazer de servir.
Não procure o caminho do paraíso, indicando aos outros a estrada para o inferno. A senda para o Céu será construída dentro de você mesmo.
* * *
André Luiz
(Mensagem retirada do livro "Agenda Cristã" psicografia de Francisco Cândido Xavier)
quarta-feira, 20 de julho de 2011
Amizade
Ergueste-me na caminhada...
- Deste-me guarida no afeto santo
do teu coração...
- Advertiste-me fraternalmente nas
passadas equívocas...
- Acompanhaste-me nas sombrias noites
da desesperação...
- Choraste e abraçaste-me quando, alucinado
entrevi a desesperança e o teu testemunho
de solidariedade foi-me a confirmação da
presença divina socorrendo-me nas lágrimas
- Não descuraste do pão à minha mesa...
- Não relegaste o meu coração à solidão
fria das longas horas da doença indomável...
- Jamais perdeste a oportunidade do conselho
amigo, intentando dirigir-me à ação nobre...
- Por tudo isto te sou grato...
O interlocutor, ante o desvelar de tanta
afeição e reconhecimento,asseverou:
- Para mim, isto nenhum esforço representou
amigo, desde quando,expressa o carinho do
meu coração pela tua existência. E, em nome
deste sentimento, digo-te que o meu silêncio
é a melhor resposta às tuas efusões...
- Sim, bem sei. É por isto que Deus te
colocou na Terra para alentar o caminho
dos homens, sacramentando-te com o sublime
nome de Amizade...
Meimei
Psicografia de Francisco C.Xavier
- Deste-me guarida no afeto santo
do teu coração...
- Advertiste-me fraternalmente nas
passadas equívocas...
- Acompanhaste-me nas sombrias noites
da desesperação...
- Choraste e abraçaste-me quando, alucinado
entrevi a desesperança e o teu testemunho
de solidariedade foi-me a confirmação da
presença divina socorrendo-me nas lágrimas
- Não descuraste do pão à minha mesa...
- Não relegaste o meu coração à solidão
fria das longas horas da doença indomável...
- Jamais perdeste a oportunidade do conselho
amigo, intentando dirigir-me à ação nobre...
- Por tudo isto te sou grato...
O interlocutor, ante o desvelar de tanta
afeição e reconhecimento,asseverou:
- Para mim, isto nenhum esforço representou
amigo, desde quando,expressa o carinho do
meu coração pela tua existência. E, em nome
deste sentimento, digo-te que o meu silêncio
é a melhor resposta às tuas efusões...
- Sim, bem sei. É por isto que Deus te
colocou na Terra para alentar o caminho
dos homens, sacramentando-te com o sublime
nome de Amizade...
Meimei
Psicografia de Francisco C.Xavier
domingo, 17 de julho de 2011
A necessidade de entendimento
Um dos companheiros trazia ao culto evangélico enorme expressão de abatimento.
Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que fora rudemente tratado na via
pública. Vários devedores, por ele convidados a pagamento, responderam com ingratidão e
grosseria.
Não se internou o Cristo através da consolação individual, mas, exortando evidentemente
todos os companheiros, narrou, benevolente:
— Um grande explicador dos textos de Job possuía singulares disposições para os serviços
da compreensão e da bondade, e, talvez por isso, organizou uma escola em que pontificava
com indiscutível sabedoria.
Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que freqüentes vezes se lamuriava de
maus tratos que recebia na praça pública, saiu pacientemente em companhia do discípulo, pelas
ruas de Jerusalém, implorando esmolas para determinados serviços do Templo.
A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença, mas, numa esquina movimentada,
um homem vigoroso respondeu-lhes à rogativa com aspereza e zombaria.
O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos. Não andaram
muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral. Verificaram,
em breve, que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram adiante, quando foram defrontados por um cavalheiro que nem se dignou
responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão-somente um olhar rancoroso e duro.
Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e, quando a estranha personagem alcançou
o domicílio que lhe era próprio, repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o
aguardava, grupo esse ao qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz
retinha no lar uma filha morta.
Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito passo, receberam fortes palavrões de
um rapaz a quem se haviam dirigido. Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois
de meia hora de observação, que o mísero não passava de um louco.
Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia prisão e pedradas;
mas, decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era simplesmente um negociante
falido, que se convertera de senhor em escravo, em razão de débitos enormes.
Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o discípulo ao regresso e ponderou:
— Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento por sagrado imperativo da
vida. Nunca mais te queixes daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero nas ruas.
O primeiro que nos surgiu à frente era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o
terceiro padecia loucura e o quarto experimentava a falência. Na maioria dos casos, quem nos
recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que a nossa.
E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante dos companheiros espantados:
— Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade e auxiliemo-los na
reconquista da paz íntima. O touro retém os chifres, por não haver atingido, ainda, o dom das
asas. Reclamamos, comumente, contra a ovelha que nos perturba o repouso, balindo, atormentada;
todavia, raramente nos lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado,
a caminho do matadouro.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
Ante as indagações fraternas do Senhor, esclareceu que fora rudemente tratado na via
pública. Vários devedores, por ele convidados a pagamento, responderam com ingratidão e
grosseria.
Não se internou o Cristo através da consolação individual, mas, exortando evidentemente
todos os companheiros, narrou, benevolente:
— Um grande explicador dos textos de Job possuía singulares disposições para os serviços
da compreensão e da bondade, e, talvez por isso, organizou uma escola em que pontificava
com indiscutível sabedoria.
Amparando, certa ocasião, um aprendiz irrequieto que freqüentes vezes se lamuriava de
maus tratos que recebia na praça pública, saiu pacientemente em companhia do discípulo, pelas
ruas de Jerusalém, implorando esmolas para determinados serviços do Templo.
A maioria dos transeuntes dava ou negava, com indiferença, mas, numa esquina movimentada,
um homem vigoroso respondeu-lhes à rogativa com aspereza e zombaria.
O mestre tomou o aprendiz pela mão e ambos o seguiram, cuidadosos. Não andaram
muito tempo e viram-no cair ao solo, ralado de dor violenta, provocando o socorro geral. Verificaram,
em breve, que o irmão irritado sofria de cólicas mortais.
Demandaram adiante, quando foram defrontados por um cavalheiro que nem se dignou
responder-lhes à súplica, endereçando-lhes tão-somente um olhar rancoroso e duro.
Orientador e tutelado acompanharam-lhe os passos, e, quando a estranha personagem alcançou
o domicílio que lhe era próprio, repararam que compacto grupo de pessoas chorosas o
aguardava, grupo esse ao qual se uniu em copioso pranto, informando-se os dois de que o infeliz
retinha no lar uma filha morta.
Prosseguiram esmolando na via pública e, a estreito passo, receberam fortes palavrões de
um rapaz a quem se haviam dirigido. Retraíram-se ambos, em expectativa, verificando, depois
de meia hora de observação, que o mísero não passava de um louco.
Em seguida, ouviram atrevidas frases de um velho que lhes prometia prisão e pedradas;
mas, decorridas algumas horas, souberam que o infortunado era simplesmente um negociante
falido, que se convertera de senhor em escravo, em razão de débitos enormes.
Como o dia declinasse, o respeitável instrutor convocou o discípulo ao regresso e ponderou:
— Guardaste a lição? Aceita a necessidade do entendimento por sagrado imperativo da
vida. Nunca mais te queixes daqueles que exibem expressões de revolta ou desespero nas ruas.
O primeiro que nos surgiu à frente era enfermo vulgar; o segundo guardava a morte em casa; o
terceiro padecia loucura e o quarto experimentava a falência. Na maioria dos casos, quem nos
recebe de mau-humor permanece em estrada muito mais escura e mais espinhosa que a nossa.
E, completando o ensinamento, terminou o Senhor, diante dos companheiros espantados:
— Quando encontrarmos os portadores da aflição, tenhamos piedade e auxiliemo-los na
reconquista da paz íntima. O touro retém os chifres, por não haver atingido, ainda, o dom das
asas. Reclamamos, comumente, contra a ovelha que nos perturba o repouso, balindo, atormentada;
todavia, raramente nos lembramos de que o pobre animal vai seguindo, sob laço pesado,
a caminho do matadouro.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
domingo, 10 de julho de 2011
Conselho Materno
Ouve, filhinho,
Pelo caminho
Encontrarás
Muita criança
Sem esperança,
Sem luz, sem paz...
Aves pequenas,
Guardam apenas
O pranto e a dor,
Rolando ao vento
Do sofrimento
Esmagador.
Passam a sós,
Erguendo a voz,
Pedindo pão...
Passam em bando,
Dilacerando
O coração.
Ante a tristeza
Dessa aspereza,
Desse amargor,
Filhinho amigo,
Dá-lhes abrigo,
Dá-lhes amor...
És irmãozinho
Do pobrezinho
Que aflito vai...
Nos mesmos trilhos
Nós somos filhos
Do mesmo Pai.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Jardim de Infância. Ditado pelo Espírito João de Deus.
Pelo caminho
Encontrarás
Muita criança
Sem esperança,
Sem luz, sem paz...
Aves pequenas,
Guardam apenas
O pranto e a dor,
Rolando ao vento
Do sofrimento
Esmagador.
Passam a sós,
Erguendo a voz,
Pedindo pão...
Passam em bando,
Dilacerando
O coração.
Ante a tristeza
Dessa aspereza,
Desse amargor,
Filhinho amigo,
Dá-lhes abrigo,
Dá-lhes amor...
És irmãozinho
Do pobrezinho
Que aflito vai...
Nos mesmos trilhos
Nós somos filhos
Do mesmo Pai.
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Jardim de Infância. Ditado pelo Espírito João de Deus.
sexta-feira, 8 de julho de 2011
DA INFLUÊNCIA DO BEM : O PODER DO BEM
Irmão X
Armando Pires efetuava os últimos arranjos no carro, para conduzir seu amigo
Jorge Bretas à estância de repouso que distava quarenta quilômetros.
Nesse justo momento, o diálogo entre eles, em torno da lei de causa e efeito, se
detinha em curioso ápice.
- Mas você não acredita mesmo que a justiça possa ser modificada pela
misericórdia?
- Não.
- Acaso, não admite que o destino, assim como é reparável a toda hora, é
suscetível de ser renovado todos os dias?
- Não.
- Não crê que as ações do amor desfazem as cadeias do ódio?
- Não.
- Você não aceita a possibilidade de transformar os problemas de alguém que
chora, dando a esse alguém uma parcela de alegria ou de esperança?
- Não.
- Não reconhece você que se um irmão em prova é intimado pelas leis do
Universo ao sofrimento, para ressarcir as faltas que haja cometido em outras existências,
nós, igualmente, somos levados a conhecer-lhe a dor, pelas mesmas Leis Divinas, de
maneira a prestar-lhe o auxílio possível, em resgate das nossas?
- Não.
- Não tem você por certo o princípio de que o bem dissolve o mal, assim como o
reequilíbrio extingue a perturbação? não concorda que um ato nobre redundará sempre
na justiça, em favor de quem o pratica?
- Não.
- Porquê?
- Porque a justiça deve ser a justiça e cada qual de nós pagará pelos próprios
erros.
- Céus! Mas você não aceita a idéia de que migalhas de amor são capazes de
funcionar em lugar da dor, ante os Foros Celestes, assim como as pequenas prestações,
na base da equidade e diligencia, podem evitar que uma dívida venha a ser cobrada pela
força de um tribunal?
- Não.
Em seguida, os dois se aboletaram no automóvel e o carro chispou.
Tarde chuvosa, cinzenta...
Alguns quilômetros, para além da arrancada, um buraco no asfalto, sobre alta
rampa, e forte sacudidela agitou os viajores.
Bretas lembrou, assustado:
Lance perigoso! Convém parar... Tapemos o buraco ou coloquemos aqui algum
sinal de alarme, pelo menos alguns ramos de arvoredo que advirtam quem passe...
- Nada disso! – protestou Armando, decidido – a obrigação é da turma de
conserva... Os outros motoristas que se danem. Não somos empregados de ninguém.
Atingidos o local de destino, Bretas recolheu-se ao hotel, agradecendo o
obséquio, e Armando regressou pelo mesmo caminho.
Entretanto, justamente no ponto da rodovia onde o amigo desejara auxiliar
outros motoristas com socorro oportuno, Pires, em grande velocidade, dentro da noite,
encontrou a cova profundamente alargada pelo aguaceiro e o carro capotou, de modo
espetacular, projetando-se barranco abaixo...
Depois do acidente, em companhia de alguns amigos fui visitá-lo num hospital
de emergência... Achamo-lo de rosto enfaixado, sob a atenciosa assistência de abnegado
ortopedista, que lhe engessava a perna esquerda em frangalhos.
Pires não falava, mas pensava... E pensava exatamente nos delicados meandros
da lei de causa e efeito, chegando à conclusão de que o mal não precisa ser resgatado
pelo mal, onde o bem chega antes...
-*-
Felicidade aparece
Por dois modos naturais:
Palavra que pode muito,
Serviço que pode mais.
Benedito Candelária Irmão
-*-
O tempo não volta atrás,
Dia passado correu;
Tempo é aquilo que se faz
Do tempo que Deus nos deu.
Leonel Coelho
-*-
Enquanto esperas pelo Céu, não olvides que também a Terra vive esperando por
ti.
Mariano José Pereira da Fonseca
IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos
Armando Pires efetuava os últimos arranjos no carro, para conduzir seu amigo
Jorge Bretas à estância de repouso que distava quarenta quilômetros.
Nesse justo momento, o diálogo entre eles, em torno da lei de causa e efeito, se
detinha em curioso ápice.
- Mas você não acredita mesmo que a justiça possa ser modificada pela
misericórdia?
- Não.
- Acaso, não admite que o destino, assim como é reparável a toda hora, é
suscetível de ser renovado todos os dias?
- Não.
- Não crê que as ações do amor desfazem as cadeias do ódio?
- Não.
- Você não aceita a possibilidade de transformar os problemas de alguém que
chora, dando a esse alguém uma parcela de alegria ou de esperança?
- Não.
- Não reconhece você que se um irmão em prova é intimado pelas leis do
Universo ao sofrimento, para ressarcir as faltas que haja cometido em outras existências,
nós, igualmente, somos levados a conhecer-lhe a dor, pelas mesmas Leis Divinas, de
maneira a prestar-lhe o auxílio possível, em resgate das nossas?
- Não.
- Não tem você por certo o princípio de que o bem dissolve o mal, assim como o
reequilíbrio extingue a perturbação? não concorda que um ato nobre redundará sempre
na justiça, em favor de quem o pratica?
- Não.
- Porquê?
- Porque a justiça deve ser a justiça e cada qual de nós pagará pelos próprios
erros.
- Céus! Mas você não aceita a idéia de que migalhas de amor são capazes de
funcionar em lugar da dor, ante os Foros Celestes, assim como as pequenas prestações,
na base da equidade e diligencia, podem evitar que uma dívida venha a ser cobrada pela
força de um tribunal?
- Não.
Em seguida, os dois se aboletaram no automóvel e o carro chispou.
Tarde chuvosa, cinzenta...
Alguns quilômetros, para além da arrancada, um buraco no asfalto, sobre alta
rampa, e forte sacudidela agitou os viajores.
Bretas lembrou, assustado:
Lance perigoso! Convém parar... Tapemos o buraco ou coloquemos aqui algum
sinal de alarme, pelo menos alguns ramos de arvoredo que advirtam quem passe...
- Nada disso! – protestou Armando, decidido – a obrigação é da turma de
conserva... Os outros motoristas que se danem. Não somos empregados de ninguém.
Atingidos o local de destino, Bretas recolheu-se ao hotel, agradecendo o
obséquio, e Armando regressou pelo mesmo caminho.
Entretanto, justamente no ponto da rodovia onde o amigo desejara auxiliar
outros motoristas com socorro oportuno, Pires, em grande velocidade, dentro da noite,
encontrou a cova profundamente alargada pelo aguaceiro e o carro capotou, de modo
espetacular, projetando-se barranco abaixo...
Depois do acidente, em companhia de alguns amigos fui visitá-lo num hospital
de emergência... Achamo-lo de rosto enfaixado, sob a atenciosa assistência de abnegado
ortopedista, que lhe engessava a perna esquerda em frangalhos.
Pires não falava, mas pensava... E pensava exatamente nos delicados meandros
da lei de causa e efeito, chegando à conclusão de que o mal não precisa ser resgatado
pelo mal, onde o bem chega antes...
-*-
Felicidade aparece
Por dois modos naturais:
Palavra que pode muito,
Serviço que pode mais.
Benedito Candelária Irmão
-*-
O tempo não volta atrás,
Dia passado correu;
Tempo é aquilo que se faz
Do tempo que Deus nos deu.
Leonel Coelho
-*-
Enquanto esperas pelo Céu, não olvides que também a Terra vive esperando por
ti.
Mariano José Pereira da Fonseca
IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos
segunda-feira, 4 de julho de 2011
O argumento justo
À noite, em casa de Simão, transparecia um véu de tristeza na maioria dos semblantes.
Tadeu e André, atacados horas antes, nas margens do lago, por alguns malfeitores, viram-
se constrangidos à reação apressada. Não surgira conseqüência grave, mas sentiam-se
ambos atormentados e irritadiços.
Quando Jesus começou a falar acerca da glória reservada aos bons, os dois discípulos
deixaram transparecer, através do pranto discreto, a amargura que lhes dominava a alma e, não
podendo conter-se, Tadeu clamou, aflito:
— Senhor, aspiro sinceramente a servir à Boa Nova; contudo, sou portador de um coração
indisciplinado e ingrato. Ouço, contrito, as explanações do Evangelho; lá fora, porém, no
trato com o mundo, não passo de um espírito renitente no mal. Lamento... lamento... mas como
trabalhar em favor da Humanidade nestas condições?
Embargando-se-lhe a voz, adiantou-se André, alegando, choroso:
— Mestre, que será de mim? Ao seu lado, sou a ovelha obediente; entretanto, ao distanciar-
me... basta uma palavra insignificante de incompreensão para desarmar-me. Reconheçome
incapaz de tolerar o insulto ou a pedrada. Será justo prosseguir, ensinando aos outros a
prática do bem, imperfeito e mau qual me vejo?!...
Calando-se André, interferiu Pedro, considerando:
— Por minha vez, observo que não passo de mísero espírito endividado e inferior. Sou o
pior de todos. Cada noite, ao me retirar para as orações habituais, espanto-me diante da coragem
louca dentro da qual venho abraçando os atuais compromissos. Minha fragilidade é grande,
meus débitos enormes. Como servir aos princípios sublimes do Novo Reino, se me encontro
assim insuficiente e incompleto?
À palavra de Pedro, juntou-se a de Tiago, filho de Alfeu, que asseverou, abatido:
— Na intimidade de minha própria consciência, reparo quão longe me encontro da Boa
Nova, verdadeiramente aplicada. Muita vez, depois de reconfortar-me ante as dissertações do
Mestre, recolho-me ao quarto solitário, para sondar o abismo de minhas faltas. Há momentos
em que pavorosas desilusões me tomam de improviso. Serei na realidade um discípulo sincero?
Não estarei enganando o próximo? Tortura-me a incerteza... Quem sabe se não passo de reles
mistificador?
Outras vozes se fizeram ouvir no cenáculo, desalentadas e cheias de amargura.
Jesus, porém, após assinalar as opiniões ali enunciadas, entre o desânimo e o desapontamento,
sorriu, tocado de bom-humor, e esclareceu:
— Em verdade, o paraíso que sonhamos ainda vem muito longe e não vejo aqui nenhum
companheiro alado. A meu parecer, os anjos, na indumentária celeste, ainda não encontram
domicílio no chão áspero e escuro em que pisamos. Somos aprendizes do bem, a caminho do
Pai, e não devemos menoscabar a bendita oportunidade de crescer para Ele, no mesmo impulso
da videira que se eleva para o céu, depois de nascer no obscuro seio da terra, alastrando-se
compassiva, para transformar-se em vinho reconfortante, destinado à alegria de todos. Mas, se
vocês se declaram fracos, devedores, endurecidos e maus e não são os primeiros a trabalhar
para se fazerem fortes, redimidos, dedicados e bons em favor da obra geral de salvação, não
me parece que os anjos devam descer da glória dos Cimos para substituir-nos no campo de
lições da Terra. O remédio, antes de tudo, se dirige ao doente, o ensino ao ignorante... De outro
modo, penso, a Boa Nova de Salvação se perderia por inadequada e inútil...
As lágrimas dos discípulos transformaram-se em intenso rubor, a irradiar-se da fisionomia
de todos, e uma oração sentida do Amigo Divino imprimiu ponto final ao assunto.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
Tadeu e André, atacados horas antes, nas margens do lago, por alguns malfeitores, viram-
se constrangidos à reação apressada. Não surgira conseqüência grave, mas sentiam-se
ambos atormentados e irritadiços.
Quando Jesus começou a falar acerca da glória reservada aos bons, os dois discípulos
deixaram transparecer, através do pranto discreto, a amargura que lhes dominava a alma e, não
podendo conter-se, Tadeu clamou, aflito:
— Senhor, aspiro sinceramente a servir à Boa Nova; contudo, sou portador de um coração
indisciplinado e ingrato. Ouço, contrito, as explanações do Evangelho; lá fora, porém, no
trato com o mundo, não passo de um espírito renitente no mal. Lamento... lamento... mas como
trabalhar em favor da Humanidade nestas condições?
Embargando-se-lhe a voz, adiantou-se André, alegando, choroso:
— Mestre, que será de mim? Ao seu lado, sou a ovelha obediente; entretanto, ao distanciar-
me... basta uma palavra insignificante de incompreensão para desarmar-me. Reconheçome
incapaz de tolerar o insulto ou a pedrada. Será justo prosseguir, ensinando aos outros a
prática do bem, imperfeito e mau qual me vejo?!...
Calando-se André, interferiu Pedro, considerando:
— Por minha vez, observo que não passo de mísero espírito endividado e inferior. Sou o
pior de todos. Cada noite, ao me retirar para as orações habituais, espanto-me diante da coragem
louca dentro da qual venho abraçando os atuais compromissos. Minha fragilidade é grande,
meus débitos enormes. Como servir aos princípios sublimes do Novo Reino, se me encontro
assim insuficiente e incompleto?
À palavra de Pedro, juntou-se a de Tiago, filho de Alfeu, que asseverou, abatido:
— Na intimidade de minha própria consciência, reparo quão longe me encontro da Boa
Nova, verdadeiramente aplicada. Muita vez, depois de reconfortar-me ante as dissertações do
Mestre, recolho-me ao quarto solitário, para sondar o abismo de minhas faltas. Há momentos
em que pavorosas desilusões me tomam de improviso. Serei na realidade um discípulo sincero?
Não estarei enganando o próximo? Tortura-me a incerteza... Quem sabe se não passo de reles
mistificador?
Outras vozes se fizeram ouvir no cenáculo, desalentadas e cheias de amargura.
Jesus, porém, após assinalar as opiniões ali enunciadas, entre o desânimo e o desapontamento,
sorriu, tocado de bom-humor, e esclareceu:
— Em verdade, o paraíso que sonhamos ainda vem muito longe e não vejo aqui nenhum
companheiro alado. A meu parecer, os anjos, na indumentária celeste, ainda não encontram
domicílio no chão áspero e escuro em que pisamos. Somos aprendizes do bem, a caminho do
Pai, e não devemos menoscabar a bendita oportunidade de crescer para Ele, no mesmo impulso
da videira que se eleva para o céu, depois de nascer no obscuro seio da terra, alastrando-se
compassiva, para transformar-se em vinho reconfortante, destinado à alegria de todos. Mas, se
vocês se declaram fracos, devedores, endurecidos e maus e não são os primeiros a trabalhar
para se fazerem fortes, redimidos, dedicados e bons em favor da obra geral de salvação, não
me parece que os anjos devam descer da glória dos Cimos para substituir-nos no campo de
lições da Terra. O remédio, antes de tudo, se dirige ao doente, o ensino ao ignorante... De outro
modo, penso, a Boa Nova de Salvação se perderia por inadequada e inútil...
As lágrimas dos discípulos transformaram-se em intenso rubor, a irradiar-se da fisionomia
de todos, e uma oração sentida do Amigo Divino imprimiu ponto final ao assunto.
Jesus no Lar
Pelo Espírito de Neio Lúcio
Franciso C Xavier
Agasalho
O aprendiz buscou o orientador e clamou, agoniado:
- Amigo querido, por que a contradição em que me vejo? Vivia tranqüilo, quando adquiria fé.
Depois de instalar a fé no coração, o sofrimento apareceu em minha vida...
Se acumulei tanta confiança na Divina Providência, qual a razão pela qual tantas tribulações me acompanham?
Momentos surgem, nos quais me sinto em doloroso desespero.
Por que tamanho contra-senso?
O interpelado, entretanto, respondeu sem hesitar:
- Filho, não te revoltes. A Lei do Senhor é justiça e misericórdia.
O Pai Todo-Sábio não podia livrar-te da provação, mas não podes negar que a Infinita Bondade te amparou com o apoio oportuno, a fim de que atravesses as tempestades de hoje com o agasalho preciso...
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
2a edição. Jabaquara, SP: CEU, 1981.
- Amigo querido, por que a contradição em que me vejo? Vivia tranqüilo, quando adquiria fé.
Depois de instalar a fé no coração, o sofrimento apareceu em minha vida...
Se acumulei tanta confiança na Divina Providência, qual a razão pela qual tantas tribulações me acompanham?
Momentos surgem, nos quais me sinto em doloroso desespero.
Por que tamanho contra-senso?
O interpelado, entretanto, respondeu sem hesitar:
- Filho, não te revoltes. A Lei do Senhor é justiça e misericórdia.
O Pai Todo-Sábio não podia livrar-te da provação, mas não podes negar que a Infinita Bondade te amparou com o apoio oportuno, a fim de que atravesses as tempestades de hoje com o agasalho preciso...
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminhos.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
2a edição. Jabaquara, SP: CEU, 1981.
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