sexta-feira, 8 de julho de 2011

DA INFLUÊNCIA DO BEM : O PODER DO BEM

Irmão X
Armando Pires efetuava os últimos arranjos no carro, para conduzir seu amigo
Jorge Bretas à estância de repouso que distava quarenta quilômetros.
Nesse justo momento, o diálogo entre eles, em torno da lei de causa e efeito, se
detinha em curioso ápice.
- Mas você não acredita mesmo que a justiça possa ser modificada pela
misericórdia?
- Não.
- Acaso, não admite que o destino, assim como é reparável a toda hora, é
suscetível de ser renovado todos os dias?
- Não.
- Não crê que as ações do amor desfazem as cadeias do ódio?
- Não.
- Você não aceita a possibilidade de transformar os problemas de alguém que
chora, dando a esse alguém uma parcela de alegria ou de esperança?
- Não.
- Não reconhece você que se um irmão em prova é intimado pelas leis do
Universo ao sofrimento, para ressarcir as faltas que haja cometido em outras existências,
nós, igualmente, somos levados a conhecer-lhe a dor, pelas mesmas Leis Divinas, de
maneira a prestar-lhe o auxílio possível, em resgate das nossas?
- Não.
- Não tem você por certo o princípio de que o bem dissolve o mal, assim como o
reequilíbrio extingue a perturbação? não concorda que um ato nobre redundará sempre
na justiça, em favor de quem o pratica?
- Não.
- Porquê?
- Porque a justiça deve ser a justiça e cada qual de nós pagará pelos próprios
erros.
- Céus! Mas você não aceita a idéia de que migalhas de amor são capazes de
funcionar em lugar da dor, ante os Foros Celestes, assim como as pequenas prestações,
na base da equidade e diligencia, podem evitar que uma dívida venha a ser cobrada pela
força de um tribunal?
- Não.
Em seguida, os dois se aboletaram no automóvel e o carro chispou.
Tarde chuvosa, cinzenta...
Alguns quilômetros, para além da arrancada, um buraco no asfalto, sobre alta
rampa, e forte sacudidela agitou os viajores.
Bretas lembrou, assustado:
Lance perigoso! Convém parar... Tapemos o buraco ou coloquemos aqui algum
sinal de alarme, pelo menos alguns ramos de arvoredo que advirtam quem passe...
- Nada disso! – protestou Armando, decidido – a obrigação é da turma de
conserva... Os outros motoristas que se danem. Não somos empregados de ninguém.
Atingidos o local de destino, Bretas recolheu-se ao hotel, agradecendo o
obséquio, e Armando regressou pelo mesmo caminho.
Entretanto, justamente no ponto da rodovia onde o amigo desejara auxiliar
outros motoristas com socorro oportuno, Pires, em grande velocidade, dentro da noite,
encontrou a cova profundamente alargada pelo aguaceiro e o carro capotou, de modo
espetacular, projetando-se barranco abaixo...
Depois do acidente, em companhia de alguns amigos fui visitá-lo num hospital
de emergência... Achamo-lo de rosto enfaixado, sob a atenciosa assistência de abnegado
ortopedista, que lhe engessava a perna esquerda em frangalhos.
Pires não falava, mas pensava... E pensava exatamente nos delicados meandros
da lei de causa e efeito, chegando à conclusão de que o mal não precisa ser resgatado
pelo mal, onde o bem chega antes...
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Felicidade aparece
Por dois modos naturais:
Palavra que pode muito,
Serviço que pode mais.
Benedito Candelária Irmão
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O tempo não volta atrás,
Dia passado correu;
Tempo é aquilo que se faz
Do tempo que Deus nos deu.
Leonel Coelho
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Enquanto esperas pelo Céu, não olvides que também a Terra vive esperando por
ti.
Mariano José Pereira da Fonseca

IDEIAS E
ILUSTRAÇÕES
FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER
Ditados por
Espíritos Diversos

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